quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O QUE MAIS ME ENTRISTECE


É terrível ver a falta de cultura nas pessoas.
Hoje nossos jovens são zumbis influenciados pelo nada, pois não há mais músicas falando sobre a vida, não lêem mais nada, se perguntar só sabem sobre acontecimentos gerais porque alguém anunciou na internet.
Nossas crianças ,hoje, só se reúnem pra assistir televisão ou jogar um videogame violento. A censura os ensinou a diversificar os palavrões.
Hoje estamos carentes de Freud, Legião Urbana, "os caras pintadas". Alguém ainda conhece Castro Alves? Machado de Assis? O que será da nova geração?
Onde estão nossos poetas que antigamente eram tidos como conselheiros do governo?
Eu tentei fazer a minha parte, fiz um blog com textos, crônica, contos e poesias, com letras de músicas inspiradoras, falando de amor a vida, amor ao próximo, amor a uma mulher que vale a pena. O resultado? menos de cem vizualizações. Enquanto isso Lady Gaga chega a mais de um bilhão de acessos no YouTube, mas me fala...o que ela passa de bom? Os ídolos de hoje em dia só falam sobre sexo , drogas e violência.
Ninguém tem mais nada na cabeça, ninguém sabe fazer mais nada. Até o relacionamento pessoal está acabando, tudo gira em torno dum mundo digital repleto de mentiras em que todos parecem ser perfeitos. Vivemos numa era em que ser homossexual está na moda. Adolescentes que nunca tiveram nenhum contato sexual já se pronunciam gays. Por que?
Qual o jovem de hoje em dia que vai a igreja ver a missa, reunião, culto, encontro...seja lá o que for? Se distanciaram de Deus. Acreditam que tudo se pode sozinho!
O que são nossos intelectuais de hoje?
Quem vai querer ver o mundo daqui a cem anos do jeito que vão as coisas?
Nossos jovens não tem mais sensibilidade a nada, estão acostumados a ver morte na televisão, fantasmas e demônios não existem, filmes de terror ajudaram a se tornarem "machos". Um homem matou uma velhinha a socos pra roubar uma bolsa, a sociedade não se sensibilizou enquanto eu chorava ao ver as imagens e torcendo pra que um dia haja pena de morte no Brasil, porque quem fez isso foi um monstro e não um humano.
Esse texto é mais um desabafo...precisava dizer isso. Estou insatisfeito com a moralidade e com a educação de nossos jovens, estou preocupado com a falta de cultura rodeando a vida de nossas crianças. Temo a falta de sensibilidade das pessoas de hoje em dia.
Mas se só uma pessoa, só um ser vivo ler este texto e acha-lo interessante vai valer a pena, porque esse alguém se importa com o que está acontecendo e fará como eu...avisará que ainda temos chance!!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

FAÇA VIVER


FAÇA VIVER
Tudo acontece como deve acontecer. Será essa a lei do Universo? Dizem que a vida é como uma viagem de trem, independente de ser longa ou curta, durante essa viagem embarcam e desembarcam pessoas, pessoas que nunca te falaram nada, mas que de certa forma influenciaram a sua vida. Pessoas que com um simples olhar te convencem a mudar de atitude, nem que seja um desvio de olhar. As vezes muito mais que isso...
Dona Ana que o diga... Don’ana, assim mais conhecida, vivia bem seus 54 anos de idade, morava em sua cidade preferida, a que considerava um paraíso, Florianópolis é a Pátria que adotou.
Mãe de três lindas filhas, essas que por sua vez preferiram a vida pacata de dona de casa, deixando na flor da juventude a vida de menina pra virarem mães, deixando Don’ana avó com menos de 40 anos. Ela acreditava que isso aconteceu devido a ausência do marido que a deixou viúva com 35 anos e nem chegou a conhecer os netos. A pensão do marido que trabalhava na marinha garantiu uma boa viuvez, Don’ana se sentiu sozinha na casa que morava a beira mar, era uma casa grande, com muitos quartos...casa que foi anfitriã de tantas festas entre a marinha nacional e os amigos de escola de suas meninas. Decidiu trocar tudo por um apartamento menor no centro da cidade, assim poderia ficar mais perto de suas filhas e seus netos.
A vida lhe era parcialmente vivida, até que lhe veio uma triste notícia, num exame rotineiro os médicos diagnosticaram como tendo leucemia crônica, incurável, disseram a ela, mas existia um tratamento em que poderia prolongar sua vida pelo menos por mais um pouco. A vida lhe pregou uma grande peça, com essa idade o que poderia acontecer além da visita da morte?
Ela decidiu fazer o tratamento a base de quimioterapia devido a insistência das filhas, mas isso a debilitou mais, seu cabelo caiu e o resto de sua vaidade desmoronou. Quando uma de suas netas comentou a sua mãe: por que a vovó ta careca? Ela sentiu vergonha de estar perto das crianças que tanto amava. Parou de visitar as filhas e quase não atendia a porta, se considerou o pior dos monstros. Pelo telefone passou a ser monosilábica com as filhas respondendo sim, não e as vezes um “uhum” de diferentes tons. Com o tempo seu humor piorou, ranzinza como poucos conheceram. Eremita em seu próprio apartamento. Nem a televisão ela conseguia assistir, deixou o tratamento de lado e ficou esperando a morte chegar, era a única certeza que tinha.
Mas algo estava por acontecer. Faltavam mais 3 meses de vida, segundo os médicos que lhe diagnosticaram a 6 meses atrás. Don’ana já era solitária e seus vizinhos já nem sabiam quem moravam no apartamento que ela habitava. Foi em um dia como qualquer outro que a energia elétrica do apartamento acabou, a empresa responsável por tal devia estar fazendo alguma reforma perto de sua casa. Isso deixou Don’ana muito zangada, porque ela fazia seu café na cafeteira elétrica e sem a energia não podia fazer. Procurou um bule, coador, cadê o coador? Não tinha nem o filtro de papel e nem um coador, ela teria que sair de casa pra comprar num mercado. Ela colocou um lenço na cabeça e vestiu uma blusa fina mas elegante, trocou as pantufas por um par de sapatos que há muito não usava. Quando abriu a porta do apartamento viu algumas portas fechadas e o silêncio predominando no local, isso a deixou a vontade para descer alguns lances de escada até a saída que dava a rua.
Ela atravessou a rua e atravessou a praça XV de Novembro para chegar ao mercado na Avenida Rio Branco. Chegando lá apanhou rapidamente o que queria, pagou e se foi, quando estava atravessando novamente a praça, o vento soprou forte e seu lenço estava por voar, mas num golpe rápido ela o segurou na cabeça mesmo, viu um banco com um rapaz sentado numa extremidade e, sendo o único que dava pra sentar, pra arrumar o lenço. Ocupou a outra extremidade do banco.
Preocupada em arrumar o lenço sem chamar a atenção do rapaz ao lado, ela acabava olhando-o com certa angústia. O rapaz parecia desinteressado nela, completamente absorto no que lia, um livro de capa dura, de cor bordô, muito familiar a Don’ana. A curiosidade coçou a garganta dela, não resistiu e perguntou:
_Você está lendo Augusto dos Anjos?
O rapaz entendeu que a senhora lhe dirigiu a palavra e repondeu:
_Han?... Sim, sim, estou lendo Augusto dos Anjos sim, a senhora já leu?
Don’ana não queria conversar, mas seria uma falta de educação tremenda se saísse dali naquele instante, afinal foi ela que perguntou ao rapaz.
_Li muito em minha juventude, ele tem uma agressividade ao encarar a vida.
O rapaz acentuou:
_Acho que não gostava de viver, encarava tudo com uma negatividade horrível e usava palavras, as vezes, escatológicas pra expressar o desânimo de viver.
Isso tocou Don’ana, Augusto dos Anjos deveria ter passado o q ela passou, ela até pensou que deveria escrever no mesmo estilo.
_É verdade menino, a vida nos obriga a ter certas atitudes nas quais a gente desmoraliza o que nos envolve.
_Como é seu nome?
Relutante ela respondeu:
_Ana, mas meus amigos me chamavam de Don’ana.
_Te chamavam? Meus pêsames por seus amigos...
_Não se foram, só deixei de vê-los
_Isso deve de ser ruim, porque os amigos e familiares ajudam muito a todo instante, seja espiritualmente, fisicamente e até materialmente. Necessitamos de todos sempre a nossa volta.
Ela pensou que aquele rapaz, muito ingênuo, nunca iria imaginar o que ela viveu e em como ela se esconde do mundo esperando pela morte.
_As vezes temos motivos para nos refugiarmos do mundo!
_Refugiar? Fugir de viver não é solução pra nada. Onde está Deus na vida de alguém assim? E o amor que tudo conserta?
Ele a olhou nos olhos. Percebeu que ela sofria com algo, mas não quis ser indelicado perguntando, e continuou a dizer:
_Sabia que as pessoas mais felizes são as que vivem mais? O segredo está no amor, em dar amor e saber receber amor, isso se torna uma troca de energia positiva. Uma cura pra alma.
_Não seja ridículo moçinho, acha que alguém vai se curar duma doença terminal com amor?
_Tem razão, o amor tem que estar acompanhado com a fé! Você tem que acreditar, e, de repente tudo começa a mudar pra melhor.
Don’ana tentava acreditar no rapaz, de fala tão macia e adocicada, ele parecia ter certeza do que estava falando. O que ele escondia?
_Você não tem como me provar isso.
Ele se levantou:
_Claro que posso. Quer ver? Por favor, Don’ana, se levante.
Ela se surpreendeu com aquilo, e quando ele se levantou Don’ana chegou a se assustar, mas queria saber do que aquele menino falava. Ela se levantou e o jovem rapaz lhe disse:
_Deixe-me te abraçar, e dar-lhe todo meu amor!
Don’ana sorriu, aquilo era irônico, mas ele estava lá de braços abertos em meio a praça principal, não entendia o porquê mas queria ir até o fim dessa história. Ela olhou dos lados e viu que o mundo não a olhava, se levantou em direção ao jovem rapaz, este por sua vez se aproximou mais dela e lhe abraçou duma maneira muito fraternal e amável e colocou a cabeça sobre os ombros de Don’ana. Don’ana não sabia o que sentir, ou o que fazer mas deixou-se ser abraçada, e em poucos instantes sentiu uma fraqueza nas pernas, um frio que lhe subia as costas e seu rosto encostou-se no peito do rapaz, era um abraço gostoso, como sua mãe sempre lhe deu na infância, ou quando seu marido lhe abraçava antes de partir numa viagem pela marinha, igual ao de suas filhas quando crianças e quando assustadas corriam até ela, abraçando-a como pedido de proteção. Don’ana não pensou em mais nada e abraçou aquele rapaz, que nunca tinha visto antes, como se fosse um pai, um marido e um filho e se comoveu, as lágrimas rolarem-lhe o rosto e umedeciam a camisa daquele rapaz que resgatou o sentido de amor que ela acreditou que não existia mais, e sentiu vontade de viver mais uns cem anos para ver os netos de seus netos.
Por alguns minutos eles ficaram abraçados e ela extraia toda a pureza, bondade e amor que aquele rapaz tinha, ela sorriu de felicidade e se sentia como se pisasse em nuvens. Olhou pra ele e disse:
_Obrigada, nem imagina como significou muito pra mim.
_Imagino sim, o amor contagia e faz-nos sentir melhor sempre. Nos faz viver!
_Como posso retribuir isso a você?
_Don’ana, faça o mesmo. Ame e viva! Assim, mesmo inconsciente estará espalhado o que há de melhor a todos ao seu redor.
O rapaz olhou ao seu relógio, viu que estava atrasado pro seu compromisso mas nada falou. E ressaltou:
_O que é bom deve ser divido, compartilhado, distribuído e ensinado. Com muito agradecimento ao Nosso Senhor Deus. Já disseram que a fé move montanhas mas que sem amor nada é.
_Você é tão novo e tão sábio. E nem se apresentou a mim, nem me disse seu nome.
Ele se apressou e rapidamente tirou da bolsa um pedaço de papel e uma caneta:
_Sealiah!
_É o nome de um anjo, que lindo! Veio bem a calhar.
_Obrigado Don’ana. És muito amável - continuou - olha só, vou deixar anotado no papel meu nome e meu telefone, quando precisar é só chamar.
Anotou seu nome e telefone, e Don’ana fez o mesmo e disse que esperava que ele ligasse logo. Deram mais um longo abraço, e Sealiah explicou-lhe de que ia fazer uma prova pra um concurso e já lhe passava da hora.
_Então vá garoto! E boa sorte.
Ele já se encaminhando e se distanciando falou em alto som:
_Não se esqueça, ame e acredite! Faça viver!
Ela o olhou andando rápido entre os prédios até perde-lo de vista, e pensou em como foi bom um simples abraço, ela tinha que correr pra casa e ligar pra suas filhas só para dizer que as amava. Ela colocou o papel dado por Sealiah dentro duma agenda no dia em que o conheceu: nove de dezembro de dois mil e nove. E foi correndo pra casa.
Chegando ao prédio que morava decidiu ir pelo elevador, onde entraram mais pessoas que lhe deram boa tarde e ela os retribui igualmente. Abriu o apartamento e viu que este estava escuro, cheirando a coisa velha, abriu as janelas e deixou o sol da primavera entrar por todos os cantos da casa, dando-lhe outra cor e a presença de vida. Ligou para uma das filhas que na hora concordou em visitar a mãe.
Passaram-se então os dias, seus netos iam e vinham pela casa, Don’ana nem sabia mais o lugar de tudo, as crianças aprontavam muito, mas ela se sentia feliz com a presença de todos. Esqueceu que faltava pouco para morrer e se lembrava a todo instante de viver com alegria e muito amor. Suas vizinhas, novas amigas que agora freqüentavam sua casa, combinavam longas jornadas de carteado nas quais se divertiam.
Veio o natal e a casa de Don’ana estava cheia, suas filhas, seus genros e seus oito netos eram presença garantida, o prédio inteiro parecia estar dentro do apartamento de Don’ana. Um dia com significado tão importante onde o amor estava tão intenso que fez ela lembrar do rapaz que ela viu na praça, ele nunca a procurou, não ligou, ela perdeu o papel que Sealiah lhe dera, e em oração pediu que ele ficasse bem onde estivesse.
Sua vida havia se transformado, estava tão feliz que se esqueceu que estava doente, na primeira quinzena do mês de fevereiro de dois mil e dez suas filhas lhe acompanharam durante uma bateria de exames, depois foi a uma entrevista com o médico responsável por seu caso.
O médico entrou na sala em que Don’ana esperava com um sorriso, ele estava aparentando nervosismo e se sentou:
_Olha Dona Ana não sei como posso lhe dizer isso...
Don’ana lhe interrompeu:
_Doutor, pode dizer o que for, já estou preparada. Quanto tempo ainda me resta?
Ela abraçou as três filhas enquanto esperava o médico lhe responder:
_Bem, é sobre exatamente isso! Nós demos o máximo de nove meses de vida, geralmente, os pacientes vivem em torno de seis meses, isso ocorre devido ao fato de desanimarem e amargurarem suas vidas, eles literalmente desistem de viver. Mas a senhora durou os nove meses e nesse tempo parece que rejuvenesceu, seu cabelo voltou a crescer, suas articulações estão perfeitas, seus rins intactos e seu sangue como de um bebê purinho. Em outras palavras, a doença não existe mais na senhora!
As filhas abraçaram a mãe que se comovia em lágrimas, mas ainda surpresa pergunta:
_Como isso?
_Já ouvimos falar de casos em que a doença se extinguiu, o comum em todos os casos, como o da senhora, é que todos não desistiram de viver, se apegaram mais a família, amigos e a crença espiritual.
Don’ana se lembrou de Sealiah:
_Acreditar e amar. O amor e a fé juntos curam qualquer coisa.
O médico meio confuso ainda:
_Pode até ser, vemos que esse é o grande comum em todos que se recuperaram dessa doença. A senhora ganhou uma nova oportunidade, não disperdice-a. mas aconselho a senhora a voltar de tempo em tempo e fazer pelo menos os exames de rotina.
Don’ana saiu de lá com uma felicidade sem igual. E cada dia se lembrava de Sealiah, e daquele abraço mágico que contagiou o seu viver. Ela agradecia em suas orações todos os dias por esse rapaz com nome de anjo ter aparecido em sua vida.
E a vida continuou sobrecarregada de alegria e amor, era o que faltava na vida de Don’ana, e finalmente chegou uma data festiva tão esperada pela família, o aniversário dela. Dia primeiro de junho ela estava completando cinqüenta e cinco anos, com um rosto rejuvenescido e ânimo de uma criança. Durante a festa viu uma de suas netas num quarto vazio, estava deitada na cama, com vários lápis de cor nas mãos e rabiscava em algo que lhe parecia familiar, chegou mais perto e reconheceu sua agenda do ano passado, na hora lembrou de que aquela agenda sumiu e nela estava o papel que Sealiah lhe deu com o nome e telefone dele.
_Sua danadinha, eu procurei isso por tanto tempo, deixa só ver se a vovó acha um papelzinho aqui e já lhe devolvo ta?
A menina só deu um sorriso e deixou a avó pegar a agenda.
Don’ana sabia que tinha colocado o papel no dia em que se conheceram, mal se lembrou o dia mas procurou na parte de dezembro, tinha certeza que fora no começo daquele mês.
_Incrível, está aqui como se estivesse recém colocado. Nove de dezembro de dois mil e nove...
Ela parecia sentir novamente aquele abraço que lhe fez sentir a vida, lhe fez sentir viva. Como ela gostaria de lhe agradecer novamente. Ela o queria por perto, apesar de sempre se sentir perto dele a partir daquele dia.
Don’ana entregou a agenda à netinha que se divertia colorindo todas as páginas e novamente se distraiu ali. Ela por sua vez colocou o papel no bolso, pensou em ligar naquela hora, mas já era tarde da noite.
_Amanhã de manhã vou ligar.
Don’ana voltou a sua festa e se divertiu, dançou, cantou, nem o lenço usava mais, seu cabelo já cobria bem afeiçoadamente a cabeça. Tranquilamente, após o fim da noite de seu aniversário, arrumou a pouca bagunça da casa ajudada por suas filhas que após isso foram embora. Depois de tudo ela foi ter sua tranqüila noite de sono.
Na manhã seguinte Don’ana levantou, feliz, como eram sempre seus dias a partir de então, fez uma breve oração e partiu pra fazer seu café, não havia esquecido por instante algum de ligar para Sealiah. Fez sair a voz rouca de quem tinha acordado a pouco e foi ao telefone com o papel que Sealiah lhe deu em mãos.
Discou o número e ouvia o tom de chamada:
_Residência dos Stalaski.
_Olá, bom dia, procuro por um jovem chamado Sealiah, ele se encontra?
_Sealiah? – uma voz feminina parecia tremer – um instante, por favor, vou chamar o senhor Stalaski...
Don’ana acreditou se tratar de uma empregada da casa já que havia tanta formalidade na forma de atender e de tratar o dono da casa. Aguardou por uns instantes.
_Pronto. Levi Stalaski, com quem falo?
_Olá, meu nome é Ana, gostaria de falar com Sealiah, ele me passou esse número de telefone.
_A senhora conversou com ele a quanto tempo atrás?
_Eu o conheci a uns seis meses atrás, há algo de errado?
_Me desculpe Ana, mas acho que de alguma forma você não foi informada.
_Do que senhor Stalaski? – isso lhe causou uma calafrio.
_Sealiah faleceu há uns seis meses atrás.
Don’ana, sentiu um pavor dominar-lhe e ficou estática por alguns segundos.
_Alô... Alô... Ana, ainda está ai, está tudo bem?
Ela recobra os sentidos depois do susto. Coloca novamente o fone perto do rosto e pergunta:
_Como aconteceu isso? Ainda é difícil de acreditar...
_Desculpe fazer a senhora saber dessa forma, tentamos avisar todos os amigos dele de maneira pessoal. Ele foi atingido por um carro ao atravessar uma avenida no centro da cidade, segundo testemunhas ele estava correndo distraído e não viu o carro em alta velocidade.
O senhor Levi Stalaski ouviu a senhora do outro lado da linha chorar, mas continuou mesmo assim.
_Ele estava indo fazer um concurso que tanto queria. Infelizmente...
Don’ana o interrompeu:
_Concurso? Que dia foi isso meu senhor?
Era uma data que Levi nunca esqueceria, pois foi a data que seu único filho deixou de viver.
_Foi dia nove de dezembro de dois mil e nove, no fim da manhã.
Don’ana se atemorizou – foi o dia e hora que a gente se conheceu, por isso ele nunca ligou – ela sentiu um aperto imenso no coração e se desmanchou em lágrimas – ele estava com pressa mas continuou comigo até eu me sentir melhor, será que fui eu a culpada? Senhor Deus dá-me forças pra suportar essa dor!
Ela retomou as forças e perguntou ao pai de Sealiah:
_O senhor pode me informar onde ele está enterrado e se eu posso visitar sua sepultura?
Levi já com lágrimas nos olhos de falar do filho continuou:
_Claro que sim, ele está enterrado no cemitério do Itacorubi na rua D, quadra 3, sepultura 2. Há uma lápide com seu nome. Com certeza, amável do jeito que era, gostaria de todos os amigos por perto. Aquele menino tinha amor nos olhos. A senhora não imagina quanta saudade ele deixou...
O pai cheio de amor e saudade pelo filho caiu em prantos e desligou o telefone. Don’ana estava sentindo algo que há muito tempo não sentia, por uns minutos pareceu confusa. Lembrou daquele rapaz que lia Augusto dos Anjos sem sequer gostar dele, que por insistência dele ela renasceu, voltou a viver o que já tinha desistido de ter pra si. Ele devolveu a ela algo muito precioso e ela teria de agradecer de qualquer forma, retomou as forças, trocou de roupas e foi em direção ao cemitério.
Lá chegando encontrou um dos responsáveis pelo cuidado com o cemitério, perguntou onde ficava a rua D, quadra 3 e sepultura 2. O zelador se apressou a acompanhá-la até o local, depois de uma forçada subida pelo morro cruzaram várias sepulturas que só o zelador poderia conhecer, ele parou de frente uma sepultura decorada com mármore e flores plantadas ao pé do jazigo, havia uma lápide dourada.
_È aqui senhora!
Ele deu uns passos pra trás e ficou a espera da senhora que guiou.
Don’Ana agradeceu, colocou-se a frente do homem, reparou nos crisântemos, lírios e orquídeas plantadas e muito bem cuidadas, passou a mão pelo mármore levemente alaranjado até se dar de frente a lápide. Ela leu o que estava escrito e desabou em lágrimas. O zelador foi até ela apoiar-lhe e a pôs sentada sobre do mármore.
_Acalme-se senhora! Sei que de onde ele esta estará olhando a senhora com bons olhos.
Don’ana o olhou e disse:
_Com certeza esse rapaz me devolveu a vida, me ensinou em alguns instantes que amar e acreditar poderia ser tudo, como queria poder abraça-lo agora e lhe dar de volta sua vida e conseguir seguir o lema de sua vida.
O homem olhando-a curioso perguntou:
_Qual era o lema do rapaz?
Don’ana em choro sem poder responder só o abraçou e apontou para a lápide, foi daí então que o homem prestou atenção ao que estava escrito:
Sealiah Stalaski
De: 27 de Janeiro de 1987 Até: 09 de Dezembro de 2009
“FAÇA VIVER”
Celso Kadora 16.04.2010

terça-feira, 17 de março de 2009

COMO TUDO COMEÇOU


O engraçado é como tudo começou...
Sempre é uma interessante história de como alguém descobriu seu verdadeiro talento. Por exemplo, o vocalista da banda Mamonas Assassinas, Dinho, estava numa festa nas ruas do bairro quando a banda que tocava perguntou se alguém queria cantar uma música, com os amigos insistindo, Dinho acabou subindo naquele palco e cantando uma musica da Legião Urbana, não me lembro a música, mas o fato é que ele passou a ser parte daquela banda, virou líder dela, compôs inúmeras músicas que viraram inesquecíveis hits mesmo depois de uma dezena de anos passados da sua morte.
Se for falar de inúmeros famosos teremos interessantes histórias por toda a vida, mas e quem não se tornou famoso? Muita gente descobriu seu talento e não conseguiu a fama e continua no anonimato realizando ótimos trabalhos, tanto na arte como no social.
Infelizmente, não posso falar dos outros, só posso falar de mim mesmo.
Acredito que o meu maior talento seja o ato de escrever razoavelmente bem, então vou deixar o leitor sabendo como tudo começou.
Geralmente tudo acontece muito cedo, quando nem mesmo nos damos conta que somos alguém. Comigo não foi diferente, fui criado numa família de Testemunhas de Jeová, onde os estudos e leitura eram realmente levados a sério, ao extremo. A leitura era obrigação,mas havia harmonia na família,lembro da minha mãe contando inúmeras histórias infantis durante a noite, ela criava inúmeras delas e em certas vezes me solicitava a contar histórias também, com o passar do tempo reparei que em algumas noites só eu contava histórias pros meus irmãos, e o mais estranho de tudo isso é que mesmo quando eu reparava que eles já estavam dormindo eu continuava pra eu mesmo saber o final da trama que eu inventava.
O tempo foi passando, depois de tantos dias imaginando histórias pra contar de noite, eu decorava mentalmente algumas delas, eu entrei na pré-escola, não foi muito útil pra mim, lá existiam muitas brincadeiras e pinturas, mas eu queria muito mais que aquilo. Essas atividades, hoje penso assim, atrofiavam meu cérebro. Mas meus pais, muito envolvidos com a religião, nos liam muita coisa, e com muita paciência da minha mãe, aprendi a “ver” algumas palavras como nomes de personagens e cidades bíblicas. Isso sim era melhor que a escolinha.
Com cinco anos entrei na minha primeira série, claro que no segundo mês de aula já tinha completado meus seis anos. Mas entrei com cinco. Bem o fato não é esse e sim a minha felicidade em ter a oportunidade de aprender a ler, me imaginava lendo todos os livros que meus pais liam pra mim, eu iria poder ler sozinho. Mas é claro, ter a responsabilidade de manter meu material escolar em perfeito estado era uma regra a ser cumprida. Minha mãe numerava as folhas do meu caderno para que eu não as arrancasse, borrões eram iguais a boas palmadas. Num certo dia eu borrei meu caderno e pra apagar o borrão passei a borracha na ponta da língua e quando a borracha esfolou o papel e o furou... Entrei num desespero tímido e recolhido, sabia que quando chegasse em casa “a cinta ia cantar”, e realmente foi assim, me lembro da surra até hoje. Mas não reclamo da rigidez que, principalmente minha mãe, tinha comigo. Ela era insistente, comprava cadernos de caligrafia, “a prática leva a perfeição”. As vezes era triste ter que ficar fazendo o dever de casa quando era pra brincar, mas isso teve muitos bons resultados, apesar de menino eu tinha uma letra super bonita, algumas meninas até a invejavam, eu escrevia em letras de formas, letras de mão, deitava pra direita, deitada pra esquerda, eram diversos tipos de letras, isso pra mim, acabou virando uma arte, eu conseguia imitar quase todo tipo de letra. Mas se engana quem pensa que falsificar a assinatura do meu pai em advertência era o meu talento. Acho que meu talento foi descoberto na terceira série...
Ainda me lembro da professora Nilcéa da minha terceira série, um amor de pessoa, com o tempo descobri que pessoas amáveis conseguem extrair o que quiser da gente por não ter esse objetivo. Mas voltando ao assunto, numa certa ocasião minha professora pediu para que eu chamasse meus pais até a escola, eu não entendia, eu não tinha feito nada de errado até então, mas devido a educação que tive em casa, só abaixei a cabeça e consenti com o pedido da professora. No outro dia, minha mãe e a professora conversaram em particular e eu pensava: o que eu fiz dessa vez, vou apanhar quando chegar em casa e nem sei porque. Depois disso a minha mãe me chamou, ela tinha em mãos uma redação que escrevi durante a aula, falou amavelmente que a professora estava preocupada comigo pelo que escrevi na redação. A redação fala de choro em túmulo, de alguém que não voltaria mais, a morte de um ente querido...
-Celso, você teve alguma amiguinha que morreu ou que esta muito doente? – disse a professora – sua mãe disse que não houve problemas na sua família, então com quem que aconteceu isso, fala pra mim, nós estamos preocupadas com você. Por que você escreveu isso?
-Ah professora... - respondi com certo alívio – essa é uma história de uma vaquinha chorando pela outra vaquinha que morreu.
Daí virei o papel que escrevi a redação e mostrei o desenho, colorido, de uma vaquinha chorando com uma flor na boca em frente a uma lápide e um monte de terra. Elas suspiraram com um alívio... E eu fui pra casa e não apanhei!
Durante aquele ano fui muito especulado pela professora sobre de onde vinha aquela imaginação, ela lia em voz alta pra toda classe todas as minhas redações, e vivia sobre muitos elogios. Minha mãe mantinha um orgulho contido. Ela notou que eu tinha um certo talento mas não me elogiava e não falava a respeito, e, continuava com a rigidez de sempre a respeito de estudos e materiais escolares.
Um ano depois da “história da vaquinha”, minha alegria em escrever estava diminuindo,eram muitos papéis que se perdiam, eu comecei a ficar insatisfeito com isso. Eu senti a necessidade de uma organização particular, eu queria o que eu escrevia em letras impressas.
Enfim, terminei o ciclo básico de estudo, passei para a quinta série, eu estava indo para o ginásio (de quinta a oitava série). Foi quando meu pai me falou:
-Você passou de ano, vou te dar um presente, o que você quiser. E então? O que vai ser?
Meu pai me dizendo aquilo, o que pedir? Não pensei muito para responder:
-Eu quero uma máquina de escrever!
Fantástico, eu conseguiria resolver parte do meus problemas de organização e teria minhas letras impressas que nem nos livros! Isso pra mim era o máximo.
Imagina a minha alegria quando minha máquina de escrever chegou, uma linda Remington 25 portátil. Eu não desgrudava dela, dormia sobre ela. Eu datilografava todos os discursos dos meus pais (quando se apresentavam na tribuna do Salão do Reino das Testemunhas de Jeová).
Eu escrevia de tudo, sobre tudo... Foi quando li Espumas Flutuantes de Castro Alves, isso foi mágico pra mim, entrei num outro mundo, outro jeito de se escrever, um novo, mas antigo, jeito de falar. Isso é POESIA! Acho que não preciso dizer pro leitor qual é o meu estilo preferido de escrever, até hoje, pra mim, não existe livro de poesia melhor do que Espumas Flutuantes, Camões com Os Lusíadas que me desculpe, mas ninguém no mundo falou tão bem sobre o amor, sobre amores, sobre suas assombrações e seus deveres sociais como Castro Alves. Dentre tantas, O Laço De Fita é o meu poema favorito. Ele foi minha inspiração para iniciar escrever poesias, das poesias que nunca larguei, evolui para as composições musicais e daí para a música.
Hoje, sou Dramaturgo, músico, compositor, escritor e poeta. Essa é a minha arte! Mesmo no anonimato nacional continuo seguindo o meu caminho, infelizmente não ganho a minha vida com nenhum desses, apesar de já me renderem algo em diversas vezes, mas continuo porque é o que eu gosto, é o meu dom, a minha sina, talvez a minha "missão". Pra uns é a minha perda de tempo, pra outros foi uma ajuda divina numa palavra, as vezes insignificante até pra mim.
Acredito que cada um que existe tem a sua “missão”, seja ela pra ajudar ou atrapalhar. Quem sabe eu possa espalhar uma certa alegria e esperança pelo que escrevo. Pois é disso que trato sempre, a chance de recomeçar, a esperança de que tudo vai melhorar, de que você tem o poder de mudar a sua vida para melhor, de que a imensidão é o limite. Sonhar faz bem, imaginar é um caminho pro “conseguir”. Por isso, como escrevi numa música, “rasgo o mundo em milhares de anos que vou escrever”. Esse é o meu talento, vou me aproveitar dele enquanto viver, porque faço do meu talento a minha alegria, o caminho para o amor incondicional, o caminho pra Deus, a vontade de continuar a viver, a vontade de continuar a fazer viver.
Mas o engraçado é como tudo começou...




                                                                                        Celso Kadora (17.03.09)

segunda-feira, 2 de março de 2009

SAPO!!!



"Para um sapo que vive no poço não se pode falar do mar" (Chuang Tzu)

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Piada:

A águia voava pela floresta para reunir os animais, tinha um comunicado dos anjos:
- Vai haver uma festa no céu!!
O sapo, aos pulos, feliz da vida alargou o bocão e disse:
- OBAAAAA!
E a águia:
- Mas bicho de boca grande não entra.
O sapo insatisfeito mas sem desistir fez um biquinho:
- Coitado do jacaré!!!

sábado, 22 de novembro de 2008

PREFÁCIO


A seguir o leitor poderá acompanhar 3 letras, de 3 músicas compostas por mim... Escolhi essas três consecutivas pois detalham uma luta interna e externa em pró dum mundo melhor... As músicas detalham a esperança de dias melhores e na crença dum amor incondicional!!!!
A primeira Onde Escondeu O Céu? a mais pesada de todas, foi tocada e cantada ao vivo uma única vez e quem estava no local apreciou e elogiou muito, essa por sua vez, trata sobre a liberdade mental, uma música com tema social em tom de revolta.
A segunda A Imensidão É O Limite é a primeira música de trabalho da banda Kadora, música essa que foi muito bem aceita entre os fãs da banda, chegando a tocar em algumas rádios pequenas e comunitárias. Num embalado pop rock a música entusiasma, a letra tem tom positivo e alegre dando a idéia que só você pode melhorar a sua vida!
A terceira e última da sequência Uma Mensagem Positiva é a mais calma de todas, tocada só com violões e no refrão usando guitarras e percurssão, foi poucas vezes ao público devido o jeito calmo que é interpretada. A letra é forte, arrepiante e comovente... Trata de se continuar tentando mesmo quando tudo parece dar errado... É uma mensagem de esperança, a mentalidade de um vencedor!!!!
Espero que gostem!!!
Boa leitura... Celso Kadora

ONDE ESCONDEU O CÉU?


ONDE ESCONDEU O CÉU?

O sol é que se esconde atrás de grades
Que impedem que as frases desconcentrem o irreal
Já trocaram a liberdade, transformaram em outra parte
E o que era bom agora é mau
Eu quero ver o céu, eu quero voar
E esconderam para nunca mais poder olhar
Não querem ideais, nem mentes geniais
Presos no escuro até o fim

ONDE ESCONDEU O CÉU? (x3)
ONDE ESCONDEU O CÉU DE MIM?
ONDE ESCONDEU O CÉU? VALORES DE PAPEL
ONDE ESCONDEU O CÉU? O TRISTE É ESTAR AQUI!

Querem elucidar e desapontar
O que esperam um dia acontecer
Não posso esperar, talvez continuar
Reconstruindo o que fizeram perecer
Não se sinta preso e nem indefeso
Sua mente é universo aliado pra vencer
E num sentimento expresso que sempre estou por perto
Nessa luta para vencer

ONDE ESCONDEU O CÉU? (x3)
ONDE ESCONDEU O CÉU DE MIM?
ONDE ESCONDEU O CÉU? VALORES DE PAPEL
ONDE ESCONDEU O CÉU? O TRISTE É ESTAR AQUI!




Letra e Música: Celso Kadora

A IMENSIDÃO É O LIMITE


A IMENSIDÃO É O LIMITE

Eu posso entender até onde posso ver
Eu quero esquecer o que já me fez sofrer
É pouco tempo para a vida nos ensinar
Aprendo com meus erros, com meus defeitos eu já sei lidar

O tempo corre, é o bastante para aprender
Que o coração só bate quando passa a conhecer
O que te inspira, o que te faz cedo amanhecer
A alegria que eu tenho para viver

Não tenho pressa, mas eu vou correr até vencer
O meu futuro espera q eu faça acontecer

Então eu tenho o meu caminho a seguir
Nessa canção eu me sinto mais perto de mim
Meu coração é aprendiz para se tornar feliz
A imensidão é o limite para tudo o que eu sempre quis





Música e letra: Celso Kadora

UMA MENSAGEM POSITIVA


UMA MENSAGEM POSITIVA


Diga que você viveu a vida
Partilhou das alegrias
E que soube acreditar
Fica com a esperança todo dia
Que faz dela a sua amiga
E que sabe esperar
Sonhe, a mente voa o horizonte
A escalada por um monte
De palavras a soluçar
Grite a toda vida que existe
Não vai ficar assim tão triste
O que vale é tentar

A beleza de um mundo que você não conheceu
E os horizontes dessa vida que você nem escondeu
E na certeza de um dia e esse dia for virar
A esperança, todo um sonho que você foi cultivar
Pra vencer



Letra e Música: Celso Kadora

terça-feira, 18 de novembro de 2008

NO ESPELHO

NO ESPELHO



Quando olho nos seus olhos
Eu vejo a noite cair
Quando me olho no espelho
A minha face não me sorri
Eu travo uma luta inútil
Não sei do que, mas eu corri...
De olhos bem fechados
As trevas com seu tudo e nada vi
Pois corria contra o nada
Eu fugia de mim
Das suas dores, de minha ausência
De tentar e não fingir
Porque eu sou você, você é eu
Nós somos eu enfim
É a minha face no espelho
Que pula e a deixo cair
Quebrada em seu mundo, minha face alvada
Que pra mim não consegue mentir
Pra não me fazer chorar,
Para não ter remorso e depois partir

Celso Kadora (25/04/01)

sábado, 15 de novembro de 2008

DEBATE ENTRE HOMEM E MULHER


DEBATE ENTRE HOMEM E MULHER

M: Por que vocês sempre deixam um pentelho na borda do vaso?
H: Marcar território.
M: Por que vocês nunca esfregam o clitóris da gente no lugar certo?
H: Só de sacanagem!
M: Por que vocês não sabem onde fica o ponto G?
H: Ponto o que?
M: Por que vocês adoram transar por trás?
H: Para poder continuar assistindo TV.
M: Por que vocês pegam vídeo de sacanagem sem história?
H: Pela sacanagem, ora! É como ver os gols do fantástico sem precisar assistir ao jogo todo.
M: Por que a fantasia dos homens é transar com a nossa melhor amiga?
H: Na verdade, é com TODAS as suas amigas.
M: Porque os homens estão sempre com os músculos da bunda contraídos?
H: Para não peidar quando a barriga fica batendo nas nádegas da parceira.
M: Por que vocês empurram a cabaça da gente pra baixo quando querem um boquete?
H: Porque se pedir vocês não fazem.
M: Por que vocês querem ir pra cama no primeiro encontro?
H: Objetividade.
M: Por que vocês ficam putos se vocês não dão uma no primeiro encontro?
H: Detestamos falta de objetividade.
M: Por que vocês vão embora logo depois de transar com a gente?
H: Sempre passa alguma coisa legal na TV de madrugada...
M: Por que os homens acreditam quando a gente finge que goza?
H: É só para vocês sentirem ao menos um prazer: o de nos enganar.
M: Por que vocês gostam mais de cerveja gelada que de mulher?
H: 1°: Cerveja está sempre molhadinha.
2°: Cerveja não reclama quando estamos assistindo ao jogo.
3°: Cerveja não pede para a gente ver filmes tipo “Love Story”
4°: Cerveja não tem mãe.
5°: Cerveja não olha para a gente com aquela cara de desprezo quando brochamos.
6°: Quando acabamos de beber a cerveja, podemos jogar ela fora.
7°: Cerveja não liga se a gente olha para outra cerveja. Entendeu?
M: Por que vocês gostam de ouvir que o pau de vocês é o máximo?
H: E não é? Ainda mais para vocês, que não tem.
M: Por que vocês contam pros amigos que nos comeram?
H: Metade do prazer está em contar.
M: Por que os homens não reparam que estamos de lingerie novo?
H: Vocês vivem reclamando que a gente só liga para a beleza externa!
M: Por que os homens ficam cheios de dedos quando a gente pede um tapa na hora da transa?
H: O que a gente gosta mesmo é bater porquê quer, e não por que vocês pedem.
M: Por que os homens gostam de olhar para outras mulheres na rua?
H: Você acha que só você é gostosa???
M: Por que os homens avisam quando vão gosar?
H: Se você não tomou anticoncepcional o problema será todo seu.
M: Por que os homens gostam de ver a gente chupando o pau deles?
H: vocês ficam tão bonitinhas...
M: Por que os homens usam aquelas cuecas zorba horríveis?
H: São mais confortáveis, baratas e vocês gostam assim mesmo. Se a gente usasse cuequinha de seda vocês desconfiariam.
M: Por que os homens têm ciúmes dos nossos amigos homens?
H: Por que eles só pensam em comer vocês. Todos nós somos assim.
M: Por que os homens adoram coçar o saco?
H: É que nem arrotar e cuspir no chão. Vai dizer que você nunca teve vontade?
M: Por que vocês acordam de pau duro?
H: Porque, em geral, sonhamos com outras mulheres.
M: Por que os homens se masturbam mesmo quando são casados ou namoram?
H: Este é o segredo dos relacionamentos mais duráveis.
M: E por que, meu Deus, vocês sempre desarrumam os malditos tapetinhos do banheiro?
H: Tapetinho arrumado é coisa de viado!
Autor Desconhecido!!!!

domingo, 9 de novembro de 2008



Nem tudo é o que parece!!! nem todos que pedem ajuda são realmente necessitados!!!!

sábado, 8 de novembro de 2008

Poemas E Poesias


POEMAS E POESIAS

O sol nasce para a poesia soar
Sorrindo para a vida poemas do coração
E dentro de nós explode a vontade de lutar
Pelo amor que vem do caminho da inspiração
Esse mundo que acreditamos um dia mudar
Com palavras doces escritas por delicadas mãos
E nosso tempo nesse mundo pode acabar
Mas nossos escritos mantidos nunca perecerão
Porque somos poetas, diplomatas da escrita sem cessar
Donos de poesias, que no futuro, um dia entenderão
Frases simples, orações singulares que todos vão cantar
Para clarear, expandir no íntimo a revolução
Poemas inspiram, animam e passam a revigorar
Faz-nos senhores de nós, é para a mente a evolução
São letras de uma música que está para desafiar
Nossas auto-autoridades, os limites de nosso não
Coloca a pureza do amor, a necessidade de amar
Retira toda dor e coloca paixão
Dá-nos Deus e a natureza para emoldurar
Para lembrar com a mente e escrever com o coração

Celso Kadora (16/12/05)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Lamento Constante


LAMENTO CONSTANTE


I
São tantos espaços vazios
E não há o que colocar
Falta amor, falta carinho
Falta o chão onde vou pisar
Dos doces beijos que já não sinto
Uma leve mão a me guiar
É a doce brisa que vem vindo
É o vento a me soprar
O dia quente é um desatino
Sofro a intensidade do luar
E sobre anseios eu convido
O amor a me visitar
Tão rápido e tão indelicado
Se foi, me deixando a delirar
Entre sonetos, odes e poesias
Na esperança de continuar
Criar sonhos, cultivar esperança
Cultivar alguém para esperar
Amenizando dores, pescando ilusões
Acho que esse dia pode não mais chegar

II
Deitei-me na cama
Um anjo veio me dizer:
-Calma, pois quem amas
Pode um dia aparecer!
-Anjo maldito!
Aumenta minhas esperanças
Anjo perverso!
Não toque em minhas tranças!
Já me esqueci de escrever
Já não consigo entender
Procuro por um amor que não existe
Procuro o bom que não há em você
Eu dito o ritmo
Mas o compasso é seu
Nem toda gargalhada é um sorriso
Nem todo amor me pertenceu
Me perturba a sua falta
Me esclarece sua presença
E dos romances que já li
Já aumentou minha descrença
O amor pode ser abstrato
Talvez se torne confusão
Com o tempo vira ódio
Depois se transforma em ilusão
Escravo do não saber
Objeto do instinto sobrenatural
Minha chama pelo amor foi perdida
Me escondi como se fosse um animal

III
E o anjo me veio de outra forma
Totalmente angelical
Num corpo de bailarina
Escultura fenomenal
Com os olhos amendoados
E os lindos cabelos compridos encaracolados
Louro, místico e presunçoso
Me senti nele emaranhado
Seus lábios carnudos
Da cor do sangue mais vermelho
E os dentes no mais maroto sorriso
Queria mostrar-me no espelho
Sua cútis pálida e seus dedos finos
Seu abraço e seu amor
Despediu-se dos meus sonhos
Me provocando toda essa dor

IV
-Não posso ficar do seu lado
Sou um ser celestial
E apesar de meu amado
Pra sempre serás um mortal!
-Suas palavras se tornam
Agulhas em meu coração
Me causam desconsolo
E me garantem a ingratidão
Como posso depois de conhecer o amor
Abandonar a vida que sempre quis?
Tão simples, tão querida
Pode ser o que me faria feliz
-A base de tudo é o tempo
E o destino é algo impossível de se mudar
Se for pra ser será
Se não for para ficar irei voltar
-Acabarei com a minha vida
Isso será a solução
Irei lhe encontrar no paraíso celeste
E poderemos viver essa paixão
-Não sejas tolo e impreciso
Os suicidas pra cá não subirão
Te sobrariam as tristes ruínas
Do amor na escuridão
-E o que farei?
Não me resta pensamento
Depois de saber que o amor existe
Só posso viver em total lamento
-Os anjos também choram!
Mas os nossos dias não existem
Vivemos em pensamentos
Que em nós pra sempre resistem
Os anjos também amam!
E isso não posso omitir
Diferente de tu, humano!
Que sabes tão bem mentir
Os anjos também sofrem!
Há amargura em fazer alguém feliz
Nós nos envolvemos
Para realizar o que quis
-Como pode realizar o que desejo
Se não pode ficar perto de mim?
Viver sob todo esse anseio
Se tornará o meu fim!
-Acalma-te meu amor
Pois agora irei falar
Tudo o que chamou de dor
Foi o que veio a desejar
O que existe de bom
Não posso te dar
Te darei agonias e tristezas
E um amor para chorar
Não existe dor mais forte
Do que a provocada pelo amor
Infelizmente sigo ordens
E são mediadas pelo Senhor
-Quem é Deus atrás desse céu?
Como pode me deixar em agonia
Sofrendo com as lembranças
Que se vão com a ventania?
-Ele age de formas misteriosas
Sua vontade é divina
Deus é amor, benevolência
Mas há algo que atina
-Como pode ser Ele amor
E não me deixar amar?
Por que essa violência
No jeito de me castigar?
-O castigo não é teu
É meu na verdade
Pois terei que chorar no seu túmulo
Por toda a eternidade

V
Depois de um doce beijo
Meus lábios embranqueceram
E todos os meus desejos
Sem demora me esqueceram
A luz e o anjo foram embora
E me deixaram as lembranças
São poucas as horas passadas
Dessa maldita esperança
Os dias são mais curtos
As noites mais escassas
E vivo com os vultos
De todos os meus fantasmas
Sei que quando morrer
Não sentirei mais dor
Mas aquele anjo que não morre
Só viverá desse amor
Tudo tem seus motivos
Tudo tem sua razão
Se não posso entender Deus
Como posso entender o coração?
Justos e injustos...
Leais e traidores...
Anjos e demônios...
Caça e caçadores...
E a meu amado anjo
Não quero lhe ver chorar
Mas infelizmente minha missão
É saudades lhe deixar...



Celso Kadora (04/02/03)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008


Sempre tem alguém torcendo contra você!!!! Mas continue sempre porque, o que você faz, pode ser importante pra várias pessoas!!!!

O Ursinho E Eu




Quantas vezes me peguei na tentação de acabar com a minha vida... Podia ser uma faca, uma arma de fogo, um frasco cheio de comprimidos, qualquer coisa com o poder de me destruir.
Pensei que teria de ser indolor e rápido, fui pra cima de uma ponte, na verdade era um elevado acima de uma linha de trem, uns vinte metros de altura mais ou menos, era pra mergulhar de cabeça, mas raciocinei: tem tanta gente que sobrevive a cada tombo! E se eu só quebrar a coluna e continuar vivo? Aqui não é o lugar certo, é muito baixo, corro riscos de não acertar!
Encontrei o prédio mais alto da cidade, mas era impossível de entrar por ser residencial e, daí eu procurei o mais alto prédio comercial, achei um de quinze andares. Entrar foi fácil! Pra subir até o terraço tinha de passar pelo apartamento do zelador, a porta estava fechada, passei tranqüilo, cheguei a portal final, iria ser a última porta que abriria, pensei. Travada! Droga! Reparei que era ferrugem e que iria ter de forçar e o barulho ia chamar a atenção do zelador, o que eu iria fazer?
Já me imaginei arrombando a porta e correndo até não encontrar mais o chão e mergulhar para o fim. O fim? Fim do que? As coisas estavam todas ofuscadas, nada parecia dar certo. A mulher que eu amava estava grávida de mim, mas estava fazendo tudo para abortar, e mesmo sem querer eu a apoiava, afinal eu a amava. Falei para que se casasse comigo, mas eu tinha dezoito anos, desempregado, recém-formado em Dramaturgia (isso não era nada lucrativo) e ela separada a uns seis meses com um filho de um ano e três meses e grávida de novo com vinte e um anos. Eu não podia mudar as coisas, fiquei de mãos atadas.
Arrumei um Citotec, um remédio para úlcera no estômago, totalmente abortivo, vendi alguns pertences pessoais para conseguir a grana para comprá-lo. Ela tomou, não resolveu, o ânimo dela ficou pior, ela estava desesperada, tanto que procurou uma clínica de aborto, achou, o preço? Exorbitante, eu teria de fazer o mundo e não conseguiria o dinheiro para a cirurgia.
Abri o jogo com ela, não tinha condições! Ela ficou quieta e aquilo me causou um terror que me arrepiou todo.
Três dias depois ela me chamou e disse que queria um tempo e que iria resolver tudo sozinha, pediu para que eu não chorasse. Era o fim? Não, não foi o pior.
Tentei procura-la e nunca a encontrava, fiquei sem vê-la durante um mês e finalmente a encontrei no centro da cidade, ela estava feliz, me beijou o rosto, não tocou no assunto, só disse que estava muito bem e foi embora, fiquei espantado, claro, eu a amava, um dia eu parecia tudo pra ela e agora não significava mais nada. O que houve? Fui descobrir e descobri.
Logo ao me dispensar ela saiu com um advogado que pagou o aborto pra ela. Que prostituta! Pensei. Talvez fosse desespero, não importava mais, ela nunca me amou e eu já tinha entregado meu coração pra ela. Foi mal! Fiquei mal! Me tranquei por vários dias em meu quarto, perdi a noção do tempo, de higiene e educação. Cai na pior depressão da minha vida.
Ai eu me acordo do lado daquela porta enferrujada, sentado com as mãos nos joelhos, cabeça baixa e chorando muito. Comecei a soluçar, soluçar alto, e naquele corredor o som tinha um eco que acordaria qualquer um.
Puxei a porta, puxei, puxei, chutei e consegui abrir, ninguém apareceu, bom, bom? Vi o céu, estava perto do meu objetivo, daí olhei para o chão cheio de entulho, cabos, ferramentas, tinha de tudo ali. Encontrei um ursinho de pelúcia marrom e todo molhado, o apanhei e tudo voltou a minha mente continuei a andar, encostei-me no parapeito, não olhei pra baixo, olhei o ursinho e o torci, estava com muita poeira e terra, pensei comigo: é só lavar, ta novinho ainda, mas ta tão sujo... Não é caso perdido!
Voltei atrás, procurei um tanque ou uma torneira só pra lavar o ursinho. Achei um tambor cheio d’água e ali afoguei o bichinho. Não saiu o encardido, mas ficou limpinho, torci o danadinho de novo, ainda bem que era só um ursinho de pelúcia, e tinha um sorriso tão, tão... Tão tudo!! Eu não tinha reparado naquele sorriso enquanto ele estava todo sujo. Comparei-me ao ursinho. Eu também estava só, jogado, sujo, abandonado... Fui para o parapeito novamente, me apoiei como se fosse só pra olhar, estava segurando meu novo amigo, amigo?
Lembrei que quando morava num sítio, ainda com meus pais, lembrei de uma tarde em especial, estava com grandes amigos, fizemos uma churrascada pela manhã, de tarde fomos dar uns mergulhos no lago do próprio sítio, foi uma curtição, cada um estava com uma garota, levamo-as embora e voltamos para curtir o pôr-do-sol juntos, havia um lugar especial para isso. Ainda me lembro do Henrique me dizendo:
-Celsão! Amigos para sempre! Para o que der e vier!
Acordei do meu transe e chorei, puxa vida, ele nem sabia o que tava acontecendo e se soubesse não deixaria eu estar ali.
Lembrei de quando fomos sair com umas meninas bem mais novas que a gente, a que eu estava não sabia nem beijar, até o meu primeiro beijo foi melhor. Meu primeiro beijo?
Luciene! Eu tinha uns dez ou onze anos, a última vez que a vi eu estava fazendo quinze anos e ela estava linda, loira, com uns cachos lindos, os olhos castanhos claro... Parecia um anjo. No beijo a gente estava ouvindo My Way na voz de Elvis Presley, ela adorava Elvis e passei a gostar também, até hoje eu choro de alegria e emoção ao ouvir My Way.
Alegria?
Pois é! Eu estava com “meu” ursinho e sorrindo ao lembrar das coisas que eu já havia vivido! Todos os meus amigos, todas as noites de farra, todos os beijos (e como eu beijei), as vezes que sai de casa escondido, as vezes que matava aula pra tocar em algum bar e às vezes até boteco, as brigas (geralmente me saía bem), as garotas que eu conquistava, as garotas que me conquistaram, as que diziam que me amavam, que fariam tudo por mim, fariam tudo por mim...
Olhei já o entardecer, lembrei novamente daquele pôr-do-sol com meus amigos, pensei que deveria repetir momentos como aquele.
Olhei para baixo e disse para mim mesmo: lá é o fim de tudo! Adeus pores-do-sol beijos, farras, música, My Way, adeus alegria!?
Vi o céu avermelhado, pronto para escurecer, como o ursinho eu poderia voltar a ser como era, mas não podia fazer isso sozinho, precisava das pessoas que acreditavam em mim, que me queriam bem. Pensei na minha família, há tempos eu não via meus pais, meus irmãos, minha vó...
-Vou ligar pra eles!
Pensei num monte de coisas que eu queria fazer, e eu sei que poderia fazer! Afinal eu tinha amigos, tinha família, o que eu estava fazendo ali? Perder tudo o que eu tinha pra viver por causa de algo que tinha conserto?
Vi uma estrela, vi as nuvens no céu escuro, me chamou tanto a atenção em como elas se movimentavam... eu sabia como era o ciclo da chuva, o que passava pela minha cabeça...eu era inteligente, eu sou inteligente!
Chorei, sorri, passei a minha vida inteira como um filme por diante dos meus olhos, poderia até fazer um filme, quem sabe até concorrer ao Oscar, é um sonho. Talvez uma autobiografia, sei lá... Tenho tantos sonhos, só basta vive-los.
Se alguma coisa te entristece há várias para te fazer sorrir, com certeza!
Sei que ainda vou chorar muito por aquela a quem entreguei meu coração, mas sei que vou viver muito mais e melhor sem ela. Um dia eu aprendo a viver com a tristeza!
Cheguei a conclusão de que o suicídio não era a solução, que a coragem não está em se matar, mas em viver a vida com todos os seus altos e baixos, em fazer dos erros um aprendizado.
Eu aprendi que a vida é pra ser vivida, a gente tropeça sempre porque a gente não sabe onde anda, mas levantamos e continuamos seguindo pra sempre podermos estar acima de tudo!
Quanto ao ursinho... Ao descer o prédio e chegar a rua, percebi como aquele bichinho me ajudou e que seria egoísmo guardá-lo pra mim, ele era divino e deveria ajudar outras pessoas também. Ao passar pela praça central da cidade vi uma senhora de idade, sentada, parecia bem triste, parei bem em frente dela e disse:
-Oh, tenho algo pra senhora!
Dei-lhe o ursinho meio úmido ainda. Ela o apanhou e me sorriu surpresa:
-Está me dando ele? Por quê?
Parei por um momento e sorri:
-Não dá pra tomar conta dele agora! Tenho de ir pra casa fazer a barba, tomar um banho e me aprontar pra noite que promete!!


Celso Kadora